Feira Cultural 2011

Feira Cultural 2011
Reciclagem

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Problemas de comportamento








Os problemas de comportamento consistem em padrões de comportamento tão difíceis que ameaçam as relações normais entre a criança e quem a rodeia.

Os problemas de comportamento podem ser causados pelo ambiente que rodeia a criança, pela sua saúde, pela sua personalidade inata ou pelo seu desenvolvimento. Uma má relação com os pais, professores ou pessoas que cuidem dela também pode ser a raiz de um problema de comportamento.
Para diagnosticar um problema de comportamento, o médico, ou terapeuta, pede aos pais uma descrição completa e cronológica das actividades da criança num dia qualquer. A conversa centra-se nas circunstâncias que originam o problema de comportamento e os pormenores do comportamento em si mesmo. O médico também observa a interacção entre a criança e os pais. Os problemas de comportamento têm tendência a piorar à medida que o tempo passa e um tratamento precoce pode contribuir para evitar a sua progressão. Um contacto mais positivo e agradável entre os pais e a criança pode aumentar a auto-estima de todos. Uma melhor interacção pode ser útil para quebrar o círculo vicioso de comportamentos negativos que provocam respostas igualmente negativas.

Problemas de interacção entre a criança e os pais
Os problemas de interacção entre a criança e os pais consistem nas dificuldades que surgem nas relações entre eles.

Os problemas de interacção podem começar durante os primeiros meses de vida. A relação entre a mãe e o bebé pode ser difícil como consequência de uma gravidez ou de um parto difícil. A depressão pós-parto ou a falta de apoio por parte do pai, dos familiares ou dos amigos também pode criar tensões na relação entre mãe e bebé. Os horários imprevisíveis em que um bebé come e dorme contribuem ainda mais para dificultar a situação. A maioria dos bebés não dorme durante toda a noite até aos 2 ou 3 meses de vida. Durante esta fase, a maioria dos bebés tem frequentemente períodos de choro intenso e prolongado. O esgotamento e o sentimento de culpa podem unir-se a uma sensação de desespero que afecta a relação dos pais com o bebé. Esta má relação pode parar o desenvolvimento das aptidões sociais e mentais do bebé e dificultar a sua progressão. (Ver secção 23, capítulo 257)
Tratamento
Pode dar-se aos pais informação acerca do desenvolvimento das crianças, além de conselhos benéficos para a relação com elas. O médico também pode avaliar e descrever a personalidade do bebé. Estas medidas ajudam os pais a tornarem-se mais realistas e a compreenderem que a culpa e o conflito são emoções normais quando se cria uma criança. Ter consciência disso permite que os pais aceitem os seus sentimentos e tentem reconstituir uma relação mais saudável.

Ansiedade da separação
A ansiedade da separação é a ansiedade que uma criança sente quando um dos seus pais a deixa sozinha.
Chorar quando a mãe sai do quarto ou quando um estranho se aproxima é uma fase normal do desenvolvimento que começa aproximadamente aos 8 meses de idade e dura até aos 18 ou 24 meses. A intensidade deste comportamento varia de criança para criança. Alguns pais, principalmente os que o são pela primeira vez, pensam que a ansiedade pela separação é um problema emocional e reagem com uma atitude protectora, evitando as separações ou as situações novas. Este comportamento pode provocar problemas na maturação e no desenvolvimento da criança. O pai pode interpretar a ansiedade da criança como um sinal de que está mal-educada e, então, pode criticar a mãe ou tentar modificar o comportamento da criança com repreensões ou castigos físicos.
Tratamento
O médico, ou a enfermeira, pode acalmar os pais assegurando que o comportamento da criança é normal e pode também ensinar-lhes métodos para controlar a situação. São incentivados a serem cada vez menos protectores e restritivos, para permitir o desenvolvimento normal do bebê.

Problemas de disciplina
Os problemas de disciplina são comportamentos não apropriados que surgem quando a disciplina não é adequada.
A disciplina é uma técnica de prémios e castigos destinada a conseguir o comportamento desejado. Os esforços para controlar o comportamento da criança, através de repreensões ou castigos físicos, como palmadas suaves, podem funcionar se forem usados com precaução e com pouca frequência, mas perdem a eficácia se forem utilizados em excesso. Ralhar ou bater numa criança também pode contribuir para reduzir a sua auto-estima e a sensação de segurança. Não conseguir disciplinar correctamente uma criança pode originar um comportamento socialmente inaceitável. As ameaças dos pais de se irem embora ou mandarem embora a criança podem ser psicologicamente prejudiciais. Os elogios e as recompensas podem reforçar o bom comportamento. Nos casos de mau comportamento a aplicação de um «tempo de exclusão» pode ser muito útil. Para realizar este processo são necessários um pequeno temporizador de cozinha e uma cadeira. A cadeira coloca-se numa zona sem distracções, como a televisão ou brinquedos. Não se deve colocar no quarto da criança nem num sítio escuro ou assustador. As «exclusões» constituem um processo de aprendizagem para a criança. O ideal é utilizá-las para alguns determinados tipos de comportamento não apropriado. Os pais devem criar todos os dias momentos especiais de convívio agradável com os filhos, já que as crianças, geralmente, preferem a atenção que se lhes dá quando se portam mal do que não terem nenhuma atenção. Os momentos agradáveis que passem juntos também permitem aos pais recompensarem o bom comportamento.

Padrão do círculo vicioso
Um padrão de círculo vicioso é um ciclo de comportamento negativo (mau) por parte da criança, que gera uma resposta negativa (ira) nos pais ou na pessoa que cuida dela, seguida de outro comportamento negativo por parte da criança, causando uma resposta negativa nos pais.

Os círculos viciosos costumam começar quando uma criança é agressiva e oferece resistência. Os pais ou quem trata da criança respondem com repreensões, gritos e castigos físicos. Podem estar a reagir perante a habitual atitude negativa de uma criança de 2 anos ou perante as respostas de uma de 4 ou podem estar a tentar controlar uma criança que teve um feitio difícil desde que nasceu. Estas crianças costumam reagir ao stress e ao mal-estar emocional com teimosia, respostas insolentes, agressividade e explosões de mau-humor mais do que com choro.
Os círculos viciosos também podem surgir quando os pais reagem com sobreprotecção e permissividade perante uma criança medrosa, agarrada a eles ou manipuladora. Costumam aparecer nas consultas médicas crianças com problemas de «saúde» que afinal estão relacionados com o comportamento. Um dia normal inclui conflitos à hora da refeição e dificuldades quando os pais devem deixar a criança sozinha, como na hora da sesta ou à noite. Os pais costumam realizar tarefas que a criança pode fazer de forma independente, como vestir-se e comer sozinha. Acreditam, erradamente, que a criança será prejudicada se a submeterem a uma certa disciplina.
Tratamento
O padrão do círculo vicioso pode terminar se os pais aprenderem a ignorar o mau comportamento que não afecte os direitos dos outros, como as birras ou o facto de se negar a comer. No entanto, para o tipo de comportamento que não se pode ignorar pode-se tentar recorrer à distracção ou ao procedimento de «interrupção». Também se pode reduzir a fricção e encorajar o bom comportamento elogiando convenientemente a criança. Além disso, os pais e a criança devem realizar alguma actividade de que todos gostem, pelo menos 15 a 20 minutos por dia. Se estes ajustamentos não rompem o círculo vicioso do comportamento num período de 3 a 4 meses, pode ser necessário que a criança seja vista por um psicólogo ou um psiquiatra.



Processo de «tempo de exclusão»
  • A criança tem um comportamento inadequado sobre o qual se convencionou que ajudará um tempo de exclusão.
  • Explica-se sumariamente à criança o seu mau comportamento. Depois pede-se-lhe com calma que vá para a cadeira de castigo ou é conduzida para lá, se for necessário.
  • Depois de a criança estar sentada na cadeira, põe-se o relógio automático para que dure 1 minuto por cada ano de idade, até um máximo de 5 minutos.
  • Se a criança se levanta da cadeira antes de soar a campainha, volta-se a sentá-la e põe-se novamente o relógio a trabalhar. Uma criança que se levanta repetidamente pode necessitar de ser presa à cadeira, não ao colo de alguém. Evita-se conversar com ela e trocar olhares. Se a criança tem de estar presa à cadeira durante todo o tempo até soar a campainha, volta a pôr-se o relógio a trabalhar.
  • Se a criança permanece na cadeira mas faz barulho antes de soar a campainha, volta a pôr-se o relógio a trabalhar.
  • Quando chega o momento de se levantar da cadeira, a pessoa que toma conta dela pergunta-lhe, sem se agastar nem se queixar, se sabe o motivo do castigo. Se a criança não se lembra do motivo correcto, recorda-se-lho brevemente.
  • A pessoa que toma conta dela deve fazer comentários sobre o comportamento digno de elogio da criança, antes de passar demasiado tempo do mesmo. Esse comportamento pode ser mais fácil de conseguir quando se inicia a criança numa nova actividade longe do lugar do comportamento insatisfatório.

FONTE: Biblioteca Medicina on line

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.